Mestre

"O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre". Lc¨6.40

O maior mestre é Jesus.

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Medicação

Atenção nova postagem neste mês
Erros de medicação não ocorrem apenas à beira do leito




Erros de medicação não acontecem apenas à beira do leito, no momento da administração. Eles podem iniciar bem antes, ainda no processo de armazenamento na farmácia central, ou logo após realizada a medicação, quando se deixa de fazer um acompanhamento pós-administração. O alerta foi apresentado pela enfermeira Carla Paixão, do Hospital Albert Einstein, durante sua palestra sobre boas práticas no processo de medicação, dentro da programação do 2º Fórum de Enfermagem do COREN-SP e 1º Fórum de Medicina da Associação Médica Brasileira.

Carla Paixão explica que, apesar de os erros na assistência à saúde sempre terem acontecido, eles passarão a fazer parte de um amplo debate público após a publicação do levantamento norte-americano intitulado To Err is Human (Errar é humano), em que informavam que cerca de 7 mil pacientes morriam nos Estados Unidos em decorrência de erros cometidos durante a assistência à saúde.

Os resultados do relatório provocaram reação imediata do governo daquele país, que recomendou, entre outros pontos, a criação de um sistema de notificação de danos, a criação de uma agência certificadora de instituições seguras e o desenvolvimento de programas de segurança nas instituições de saúde.

Barreiras para minimizar riscos

Dentre os erros detectados pelo relatório, chamou a atenção o número de ocorrências nas fases de prescrição e administração de medicamentos - ambas as etapas concentravam a maior parte dos erros. Assim, cresceu a preocupação em tornar o processo de administração de medicamentos menos suscetível a erros, garantindo-se a segurança de cada um dos passos desse processo.

A palestrante apresentou, então, algumas recomendações oriundas de estudos diversos de práticas seguras na administração de medicamentos. Dentre elas, a preferência pela prescrição de medicamentos por meio eletrônico, que evitam, além do inconveniente das letras ilegíveis, erros na dosagem, que são detectados pelo próprio sistema, programado para recusar valores incompatíveis com o que deve ser prescrito. A identificação dos medicamentos por código de barras também é uma das formas de garantir a segurança no processo. “Mas é fundamental que a instituição tenha também o leitor de código de barras. Sem ele, o sistema fica incompleto”, alertou Carla Paixão.

Uma outra forma de garantir a segurança na administração de medicamentos é evitando que o profissional seja interrompido no momento do preparo. Fator que, por vezes, pode ser ignorado como contribuinte para a ocorrência de erros, a interrupção – ou interrupções – a que o profissional responsável é submetido compromete seu foco naquela ação. “A cada interrupção aumenta a possibilidade de ocorrência de erros. As chances de erro dobram a partir da quarta interrupção”.

Ainda sobre este problema, a palestrante citou um hospital que visitou, onde o ambiente facilitava a ocorrência de interrupções. No momento da preparação do medicamento, o profissional vestia um avental diferente, onde, às costas, estava escrito que ele não podia ser interrompido, pois estava em processo de preparação de medicação. Após a adoção do avental de alerta, a instituição constatou que o número de erros foi reduzido.

Tecnologias auxiliares

Outra recomendação é que o preparo da medicação seja feito de forma individualizada. A palestrante contou que já existem máquinas para dispensação automática e individualizada de medicamentos. Neste sistema, o médico realiza a prescrição eletrônica, que é alocada no sistema, juntamente com o prontuário eletrônico do paciente. O profissional responsável pela medicação acessa, por meio de senha, a prescrição e o prontuário. A máquina, então, dispensa a dose do medicamento indicado, na dose correta.

Mas, independente de qualquer tecnologia, a última barreira para a garantia da segurança do processo é aquela que ocorre com o profissional já à beira do leito. É neste momento que deve ser realizada – “sempre”, enfatizou Carla – a leitura global do prontuário e da prescrição, verificando-se e conferindo o nome do paciente, o nome da medicação, a dose, o horário e a via de administração.

Ao final das recomendações, um último conselho. “É fundamental que o profissional que vai administrar conheça profundamente o medicamento que está administrando - os efeitos esperados, possíveis efeitos adversos ou outras reações associadas à condição do paciente”.